domingo, 6 de abril de 2008

A nossa primeira vez...

A primeira vez é sempre especial. Assim os dizem todos os clichés, ditados populares e até os virgens mentirosos.

A minha primeira vez foi também a do TS. Fomos encaminhados com cuidado pela experiência Laranjnha através deste novo percurso recheado de encantos luminosos e becos sombrios. De facto, apesar de mais novo, Laranjinha tinha já muito que contar...

Assim começou a minha primeira vez:

Acordei estremunhado. Dor de cabeça agonizante enrolava o meu cérebro como o deve ter feito a coroa de espinhos de Cristo. O estômago não estava em muitas melhores condições pois conseguia sentir o sabor da bílis a escalar pelo sistema digestivo.

Esforcei-me para respirar fundo mas os vapores nauseabundos que foram exalados durante a curta noite desencorajaram-me.
Abri os olhos com cuidado para não traumatizar o frágil equilíbrio em que me encontrava. Eram 8 da manhã e tinha chegado às 5 a casa. As lembranças da madrugada surgiam agora como fotos que lentamente revelavam os seus segredos.

Musica de má qualidade, um ambiente húmido do suor, fumo em exagero e pronuncia brasileira... Exactamente! Tinha ido ao Populum a Braga. O maior lupanar de Portugal.
Com uma análise mais atenta destas recordações deduzi que para ter ido a tal estabelecimento é porque então já estava fortemente embriagado antes de la entrar.

Ondas turvas de informação vinham ao de cima. Aperitivo, um jantar bem regado, digestivos, muita cerveja, bares e depois devo ter sido arrastado até à capital Galaica.
Por esta altura já eu me tinha levantado, vencido os obstáculos que semeei às escuras quando tinha chegado (roupa, sapatos etc.) e estava a abrir o chuveiro deixando-me ir nesta estranha dimensão em que se encontram os ressacados que acordam aos trambolhões depois de uma noite muito curta e mal dormida.

Porque é que me levantei nesta manhã de Setembro? Bem, era o dia de ir de ir para Viana à procura de casa para o novo ano escolar. Podia ter-me esquivado e tão bem teria sabido o merecido descanso mas por qualquer motivo senti-me impelido para respeitar este compromisso anual. Assim, depois de removidas algumas toxinas através das fezes, urina e do banho, vesti-me, tratei de arranjar dinheiro e sai sem comer. Alimento de qualquer tipo era algo de intolerável naquele momento.

Encontrei-me com TS. como combinado e arrancamos na sua histórica viatura para o Alto Minho. A viagem, como tantas outras, foi calma e de poucas palavras pois um olhar foi suficiente para que TS compreende-se o drama interior pelo qual estava a passar.

A manhã passou-se rapidamente e decidimos-nos imediatamente pela casa do 2º ano. Sem história digna de se contar, almoçamos, deambula-mos um pouco pela airosa Viana e fomos embora com a excitante perspectiva de mais um ano escolar que se ia iniciar na semana seguinte.
Ainda convalescente mas já perto de um estado a que se podia chamar vida, recordo-me de ouvir o TS propor passar-mos na terra de Laranjinha para convivermos um pouco e aproveitar a brilhante e amena tarde. Assim dito, assim feito e quando demos conta já lá estávamos.

A bucólica aldeia de Laranjinha, entalada entre vales e montes de curvas sugestivas tinha a engraçada particularidade de só ter cobertura de telemóvel por baixo da oliveira que fica na praça principal. Em frente à mesma encontravam-se 2 cafés que iam ter um papel decisivo para que a minha primeira vez assim como a de TS viesse a acontecer da forma imprevista como sucedeu. Laranjinha imediatamente escolheu a mesa na esplanada que ficava agradavelmente resguardada da ainda feroz acção do sol pelo típico edifício granítico.

Imediatamente, a pergunta que eu receava foi posta: "O que bebes?"
Na verdade, depois de ter fingido almoçar para não revelar a todos a minha decadente situação, ouvir sequer a palavra beber causou-me distúrbios violentes nos intestinos. Por isso mesmo respondi: Um fino claro! Estúpido orgulho...

Os primeiros goles foram como arame farpado a a deslizar pela garganta rasgando o tecido à sua passagem. Segurei as lágrimas e esforcei-me para concluir este copo. Afinal já era um homem feito! Havia que deixar-se de mariquices infantis. Felizmente, o saber popular costuma ter fundos de razão. Quando se diz que para curar uma bebedeira, nada de melhor que começar a beber de novo, esta-se a falar a sério. Quando dei conta, estávamos a pagar 14 finos cada um em apenas 2 horas e ainda insisti em beber um Ricard como aperitivo. Esta teimosia foi a ultima machadada e levou-me de volta para a cova da qual tinha rastejado aquela manhã.

Enfiamos-nos na carrinha do TS e, completamente alcoolizados divagamos pelos caminhos do parque nacional brincando escandalosamente com as fundas ravinas esfomeadas. Escalamos escarpas para ver as lagoas e diz-se que fomos à ermida mas como não me lembro de tal não revelarei as cenas que dizem lá ter ocorrido.

Mais tarde, fomos jantar a Ponte da Barca. Caminho sinuoso, piorado pela obrigação de irmos 3 numa carrinha de 2 lugares. Santa inocência! 3 jovens semi-inconscientes em estradas minhotas, entalados uns em cima dos outros... Bons tempos!

Paramos no centro da vila e fluimos, tortuosos, para fora do carro até ao restaurante mais próximo. Cá fora liguei para casa a avisar que não ia comer a casa. Entramos e mandamos vir coca-cola geladinha e um bitoque cada um. No entanto, não sei se fora da coca-cola estragada ou da viagem atribulada, comecei a ver as paredes e o tecto a andar em espiral cada vez mais rapidamente. Não consegui permanecer mais tempo sentado e urgia sair dali. Tinha que ligar para casa a avisar que não ia comer pelo que aproveitei a oportunidade para me escapulir.


Cá fora ouvi um enorme raspanete da minha mãe pois, a repetição do telefonema levou-a a concluir o que ela já suspeitava. O seu filhos estava bêbado em lugar incerto. Perturbado pelas reprimendas deixei cair o telemóvel novo no rijo granito talhando na sua face prateada uma funda cicatriz comemorativa. Cada vez que viria a pegar nele lembrar-me-ia da primeira vez.


O Laranjinha comeu o meu bitoque visto que não estava em condições para sequer ficar sentado. Para descomprimir urinamos numa esquina enquanto conversava-mos acerca do nosso próximo destino. Demos conta, só no fim, que estava uma mulher a janela que se apresentava mesmo a nossa frente e ao nosso nível a olhar para nós divertida. Aproveitamos para lhe pedir sugestões.


Daí partimos para o parque à beira rio. Tomar um cafézinho e dar uma volta a pé só poderia fazer bem. O transe em que nos encontrava-mos e que no meu caso assemelha-va-se a um estado de hipnose, fez o jogo de luzes proporcionado pelos candeeiros, os reflexos do rio e as frondosas arvores, bastante sugestivos. Deitei-me na relva fresca e fechei os olhos. Só assim, em comunhão com algo de sólido em todo o meu corpo conseguia encontrar estabilidade mental.

Não sei quanto tempo passou. Senti algo em cima de mim. Como que mil dedos e mãos a arrastarem as suas unhas curvas pela minha face. Levantei-me com um salto e atirei o cano de carvalho alvarinho que não sei como tinha parado em cima de mim. Esta abrupta quebra do relaxamento deu origem ao inevitável. Vergue-me sofregamente e vomitei os excessos de agora 24 horas dos melhores tempos da minha vida. Estava assim concluída a minha oferenda a Nábia.

Vamos lá ouvi TS. Vamos a uma festa que há ali noutra terra. Mete-mo-nos os 3 dentro do habitáculo construido para 2 pessoas e lá fomos pela estrada de serpente até Ponte de Lima onde fizemos uma entrada em grande.

A sexta-feira anunciava-se fresca mas quilómetros do local em causa já centenas de carros faziam fila. Mais a frente eram milhares e ainda adiante as pessoas a pê pareciam grãos de areia comprimidos. TS, sempre pronto a mostrar as suas habilidades e esperteza ao volante, tratou de encontrar um atalho para uma zona em que milagrosamente poderiam haver lugares de estacionamento.

As ruas mais perto do centro da vila Limiana estavam repletas de de populares com concertinas e animação contagiante. O meu mal estar quase passava se não fosse TS distraído e/ou encantado pela profusão de cores, ter esquecido a rotunda que se apresentava a sua frente e ter pura e simplesmente atropelado a mesma passando por cima dela com estrondo. Estávamos agora oficialmente no espírito da festa.

A multidão opressiva era simplesmente inacreditável. A quantidade de música, cheiros e bebidas eram deliciosamente aterradoras. Lembro-me vagamente de nos sentarmos numa barraca e pedirmos um cachorro e um fino cada um. Entornei o copo que não tinha sequer, devido à letargia, visto a minha frente mas, por azar, a senhora muito simpática deu em outro. Levantamos-nos e fomos por este mar a dentro com comida e bebida nas mãos.
Veio-me um flash. Espetei com o cachorro no chão, atirei o copo cheio para longe e proibi TS e Laranjinha de beber. Que raio estávamos nós a fazer? Protestei e tentei dissuadi-los porém eles disseram me que eu estava a ficar maluco e felizmente voltei a mim.

Direccionamos-nos para a rampinha...
Ali vi o que julgava ser impossível. Não há palavras para descrever a folia desta festa. Milhares de pessoas com copos nas mãos a dançar ao som das concertinas na parte de baixo e das musicas reles da moda em cima. As ruas laterais eram utilizadas como latrinas e assemelhavam-se a enormes correntes de urina que desaguavam no lima. A patética quantidade de álcool e o delírio destas gentes era algo de gloriosamente macabro.

Subimos a custo as escadas empurrando a massa de gente que se comprimia e fiquei isolado dentro da minha própria cabeça. Não há melhor local para se encontrar só consigo mesmo do que no meio da multidão impessoal. Assim, com a ajuda do álcool que corria, pujante, nas minhas veias, entrei em harmonia com o espírito festivo.

Olhando para baixo, o fumo, a neblina, a beleza, a cor, o suor, o perfume, o som, o bom e o mau juntaram-se num só levando-me sublimemente numa elevação espiritual rara. Senti-me leve, feliz e, quando abri os olhos, por coincidência ou não, começou o fogo de artificio lançado desde a ponte sobre o Lima. Ao mesmo tempo, romperam-se as nuvens e a deusa libertou a sua fertilidade purificadora sob estes insignificantes seres. Dentro de mim as lágrimas correram por ter atingido tal nível de Karma a que muitos aspiram mas só os afortunados alcançam.


Estávamos agora à porta da casa de Laranjinha. Estava exausto e era me penoso estar sentado ou até existir. Só ter de respirar para manter as minhas funções vitais era um castigo horrendo. Laranjinha indicou a TS o melhor caminho para irmos para casa e por aí seguimos. Que erro!
O caminho era terrível. Curvas e contracurvas. Via desfilar a paisagem a uma velocidade alucinante e não aguentava. Estava já com a cabeça de fora há algum tempo para que o ar fresco me revitaliza-se mas, a violência do caminho fazia com que me sentisse a desfazer por dentro.

-MAIS DEVAGAR - gritei aflito...

TS, estupefacto respondeu:


- O pá.. estou a ir a 30 Km/H...

Resignado, decidi desistir e morrer de ressaca se assim fosse necessário. Recuperaria o dia seguinte...

Dia seguinte!!! Uma arrepio gélido atravessou a minha mente. Eram quase 4 da manhã e daqui 2 horas tinha de me levantar para vindimar todo o dia....
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Assim foi a minha primeira vez nas Feiras Novas de Ponte de Lima..



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Autor: GMDC



sábado, 26 de janeiro de 2008

Impactos socio-economicos.

Caros Artistas!

Detenho em minha posse a prova de que depois de alguns anos sem os seus melhores clientes de sempre, a cervejaria Lunas está em franca crise económica.

Não espanta o facto de algumas centenas de minis semanais serem uma avultada fonte de rendimento que ia dando para cobrir os calotes dos outros estudantes de bolsos rotos que faziam de tudo para não pagar o café que consumiram durante toda a noite. Segue então, porque uma imagem vale mil palavras, a evidência do facto que acima referi:


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Pois é... Quando um estabelecimento resolve, meter sabão rosa no urinol, este é um sério indicio de que algo esta terrivelmente mal...

Bem.. de qualquer forma não podemos passar a vida a manter a dos outros...
Como disse e bem o Psico ao telefone; Resolução de ano novo: Se não tratar bem de mim, ninguém tratará..

Sem mais vos deixo com saudações Gallaicas.

Autor; GMDC

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

A melhor prenda do mundo!

Update de Natal!

A todos os artistas um bom Natal!

Bem que esta festividade Católica, imposta na nossa sociedade por invasores (Roma) que perverteram tanto os nossos cultos Celtas como o Cristianismo original não me diga absolutamente nada, divirto-me sempre vendo como as massas se comportam de modo previsível e como são manipuladas sem o saberem por publicidade e comportamentos que a sociedade define como obrigatórios.

Hoje em dia penduram coisas nas árvores sem saber porquê. Associam isso ao Natal e ao menino Jesus sem imaginarem sequer que isso foi em tempos um costume Celta. Os Celtas atavam fitas de tecido coloridas nas árvores perto das fontes sagradas onde faziam rituais e pedidos as Deusas.

Hoje em dia, oferecem-se prendas sem se recordar que o menino Jesus só as teve dia 6 de Janeiro. Dia em que todos poderíamos ter comprado os mesmos objectos em saldos...

Hoje em dia compram-se prendas nos centros comerciais em vez de ir ao comercio tradicional e viver o verdadeiro espírito da época..

Enfim, o Natal é uma festividade falsa que valeria a pena ignorar se não nos sentíssemos compelidos interiormente a desfrutar da quadra como toda a gente. Este sentimento não tem contudo nada a ver com a beleza do feriado ou santidade do dia. E apenas uma reacção natural que está gravada nas nossas mentes de crianças. Para todos, o Natal significa receber prendas, comer bolos, beber álcool em casa sem ser mal visto nem repreendido e, isso é tudo o que basta para ansiarmos o ano inteiro por um dia que passa como os outros.

A medida que avançamos na vida e ganhamos juízo, deixamos de dar atenção aos presentes e, no fundo, tentamos apenas passar um bom momento. Para tal nada melhor do que a prenda que enviei por mms a todos os artistas.

Acho sinceramente que por entre todas as miseráveis mensagens cliché que passam de ano para ano, a minha foi a melhor de todas.

Aqui vai a melhor prenda do mundo para qualquer Artista, Sinto me privilegiado por ter enchido a pança de tal modo que a meia noite e trinta já estou em casa refastelado no sofá.


ARTISTAS, ENJOY WITH ME A REAL XMAS MEAL MINHO'S STYLE:

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ARTISTAS, ENJOY WITH ME A REAL XMAS DESERT MINHO'S STYLE:

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Autor: Gmdc


quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Update Decembre/07

Uma rápida actualização.

Fui até Viana depois de sair do trabalho. Francamente não me apetecia. Já era meia noite e eram 60 km a mais e alguns euros de precioso combustível..

Porém, a pedido várias vezes reforçado por sms, decidi dar um salto a uma tasca perigosamente situada a beira rio. Não pela localização mas, por culpa própria dos donos, o estabelecimento é conhecido por meter água frequentemente.

Apesar de todos os contras, sai da IC1 e virei a direita na rotunda. Parei frente ao principal armazém de toiras em idade de reprodução de Viana e esperei pela Artista que me ia acompanhar ao dito barco furado.

Estacionamos. Morcegos jaziam nas escadas num prenuncio óbvio do que se passava no interior.

-São estudantes? Perguntou o porteiro.
-Sim, claro... respondemos..

Ora toma um cartão de 1€... O tempo por vezes parece que fica preso numa dimensão estranha... Viana tem destas coisas.

Penetrei no antro.. Primeira coisa que vejo:

Morcega de Turismo responsável pela humilhação dos caloiros. Sim esta mesmo.. Aquela que já faz parte da mobília da ESTG.. Estava a ser carregada inconsciente por alguns animais da mesma raça...

Muita bebida? Olhou para um espelho? Quem sabe..

Na minha modesta mas sempre correcta opinião, fiquei feliz pela ironia. Uma pessoa que descarrega a frustração da vida em forma de poder comprado (mais provavelmente roubado...) sei lá de que forma, sobre jovens que não conseguem perceber o estranho comportamento desta esquizofrenica, nunca deveria dar sinais da tão rasca forma de vida que é uma doutora sexualmente e socialmente frustrada...

Mas enfim, é Natal... Se calhar esta sua exibição foi uma prenda cómica para com o mundo... Bem que ela tem que pagar o tempo e espaço inutil que ocupa no planeta...

Adiante...

Uma simpática jovem doutora tinha cartões que permitiam intoxicar-se com Gin gratuitamente..
Ao fim de 3 e, perplexo pelo facto de o tempo em Viana estar dobrado sobre si mesmo o que permitia que este não fluísse e, consequentemente, que os preços da inflação não se fizessem sentir, resolvi ir embora o mais rapidamente possível...

E que apesar das anormalidade do complexo Espaço-Temporal Vianense, sei graças a fontes isentas de qualquer suspeita, que a BT de Biana tem uns carros iguais aos daquele êxito cinéfilo da década de 80: Back to the Future, de forma que estes estão concerteza a par da operação Festividades 2007-2008.

Hasta!

Autor: GMDC

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

The Special One!

Uma coisa de que nos damos conta quando se entra na faculdade é que há pessoas capazes do maior ridículo para se sentirem partes de uma unidade social que lhes possa valorizar a existência .

A nossa experiência social, que até aí é maior ou menor consoante o individuo em causa será sempre posta em causa e submetida a uma evolução forçada. Quer presenciemos estranhos hábitos alimentares, estilos de barba intermináveis, gostos musicais incompreensíveis, distúrbios emocionais, tiques nervosos assombrosos ou até cheiros inexplicáveis, existe sempre alguém capaz de nos relembrar que a biodiversidade de carácter de uma faculdade é incalculável. De facto, não raras as vezes chegamos a pensar que somos os únicos humanos normais por entre esta amalgama de aberrações da criação.

Sempre fomos um grupo receptivo a quaisquer diferença comportamental. De facto, isto era quase requisito para poderem despertar o nosso interesse. Porém, nada nos podia ter preparado para lidar com uma pessoa como o por nós intitulado (devido a aparências físicas, hábitos de higiene e forma de agir e pensar) " MAMUTE".

O encontro com tão marcante personagem deu-se da forma mais inesperada e caricata possível. Saindo de casa (a do 3º ano) para irmos jantar e apaziguar os revoltos ácidos estomacais que, bravos, lutavam contra a forte dose de álcool ingerida no rali das tascas desta mesma tarde, tropeçamos num carro da policia municipal estacionado em frente a nossa porta. Olhamos uns para os outros já a pensar em qual o de entre nós teria enveredado, mais uma vez, na ilegalidade.

Porém, imediatamente, demos conta que o furioso e faiscante olhar do Sr.Agente estava focado exclusivamente para a massa inerte que jazia no banco de trás da viatura estatal. Bem mais curiosos do que preocupados, abordamos a autoridade perguntando-lhe se lhe podíamos ser de alguma utilidade.

- Sr.Agente. O que se passa?
- O QUE SE PASSA? disse ele gritando de fúria..
- O que se passa é que vocês jovens são todos uns BÊBADOS!! Olhem para isso! Encontrei este cadáver estendido na rua e fui por isso incumbido de encontrar a sua residência e de o deixar em segurança!!

Acreditem ou não, veio logo acima o nosso filantropo viver académico e propusemos-nos a ajudar na medida do possível.

- Sô guarda, deixe estar. Nos tomamos conta da ocorrência. Deixe ver quem é este cidadão de 2ª categoria que nem consegue acabar um rali sem desmaiar, inerte, na praça publica!

Abrimos a porta de trás e tapamos os orifícios nasais e bucais de forma preventiva.. Viramos o corpo adormecido sobre si mesmo e conseguimos ler na sua já vergonhosamente vomitada camisola as palavras que nos encheram de orgulho:

CALOIRO TURISMO 2002-2003

De lágrimas nos olhos, emocionados por ter encontrado alguém no meio de tanta carne de caloiro inútil que tivesse o potencial para ser um artista de nova geração, carregamos o cujo pela estreita e inclinada escada.

A frente, a velhota de ar sôfrego e de pesar sem duvida ignoto, insultava o ébrio estudante e, ao mesmo tempo, agradecia calorosamente como uma ternura que só uma avó grata por um mero acto de atenção por parte de jovens dedicados. Por trás, o policia coordenava as operações com a metodologia que lhe foi incutida durante as duríssimas horas de treino a que foi sujeito. Por outras palavras só dizia e fazia disparates e acabava por dificultar o transporte de uma massa considerável através de um espaço limitado e sombrio.

A nossa boa vontade foi tal que nem sequer roubamos nada da casa da anciã e até devolvemos a carteira do animal pré-histórico que acabávamos de arrastar até ao se palheiro. Mal se deitou, naquele pequeno quarto de odores secos e agressivos, regurgitou imediatamente os líquidos ingeridos e que o tinham posto em tal estado. Quando os gritos da idosa se tornaram insuportáveis e seus insultos inconcebíveis, resolvemos sair dali. Notou-se o ar de satisfação do guarda que devia com certeza estar satisfeito por ter um frete a menos a resolver antes da sua sessão de masturbação colectiva nos balneários da psp de V.do Castelo.

A impressão que ficamos do Mamute foi a de que estava ali um diamante a lapidar. O potencial estava lá. Só precisávamos de dedicação para o fazer florescer..

No entanto, apesar do nosso acompanhamento, a sua evolução percorreu os mais trágicos caminhos. Não sabemos se terá sido do excesso de gordura ingerida nos manjares do Brasil ou do teor de acidez dos vinhos verdes, o Mamute tornou-se um mentiroso compulsivo e revelou uma ingenuidade que nem os anjinhos mais lerdos das terras e dos céus se podiam gabar.

O dia em que deixamos finalmente de acreditar nele veio no inverno. Abrigados da chuva pela laje antiga e gasta que cobria a entrada da casa da védoria, falávamos casualmente com o nosso discípulo. Em determinado momento, quando comentávamos acerca de quais as melhores e maiores festas populares do minho, Mamute disse tragicamente:

- Eu também fui às feiras novas. Eu e não sei quantos colegas metemos-nos no comboio já todos bêbados e só paramos em Ponte de Lima!!

Não nos rimos. Aliás, a hora era de consternação pelo tempo e esperanças perdidas. tínhamos depositado confianças nele... Matou a vida as ilusões que não voltaríamos a viver (A.M).. Ir de comboio até ponte de lima.. Só se fosse de gatas ao empurrão aos seus amigos.. Nem sequer existem linhas férreas em P-Lima..

Esta vergonhosa mentirasita aparentemente inofensiva tornou-se mito urbano em Viana do Castelo. Deu ainda para Mamute ser integrado como um animal de circo pelos mais desejados núcleos mas, o seu quarto de hora acabou no momento em que o viram a lamber as axilas repletas de chantilly do seu grande amigo TESTA LARGA de Guimarães...


Tivemos pena.. O Mamute era especial.. quase que foi o Special One de toda a nossa vivência académica. Porém, como o verdadeiro JM-SO, começou pela glória absoluta e, quando isso acontece, o unico caminho que existe é para baixo.. até ao fundo da escada da vida...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Any stupid given day!


Jak ZiE Mash

Cheguei agora do bar do Lip mas, antes disso, fui ao Gota de Agua tentar ver a empregada que estava ontem de serviço e, que me pareceu ter tocado, propositadamente, ao de leve com o seu dedo na minha mão... quando me entregou o troco... Não estava lá.. No seu posto estava um gordo qualquer..

4 Heinekens e uns salpicos de jeropiga na roupa vindos da mesa ao lado e decidi sair. No preciso momento, toda a gente subia para cima das mesas para dançar.

Sair no auge da noite serve para aumentar o ego e mostrar-se importante. Pena só que ninguém repare e que todos se estejam nas tintas..

Agora estou inspirado para a escrita. Depois de ter visto as estudantes Erasmus Polacas e a pouca roupa com que saíram para a rua, estou feliz por viver em Portugal, num país onde ainda se tem dinheiro para comprar tecido que chegue para tapar as cuecas.

Esta sensação de segurança para com a privacidade das nossas partes intimas e a quantidade de cerveja suficiente para por o meu cérebro a trabalhar levaram a que me lembrasse de uma bela tarde de primavera em Viana...

Naquela dia tínhamos acordamos a horas gregárias, ou seja, mesmo a tempo de ver Undergrads.

Depois de ter vencido a inercia que nos atava ao colchão por força da dor de cabeça e náuseas provindas de ingestões nocturnas anteriores, conseguimos ir tomar o pequeno almoço ao Lunas.

Foi difícil não começar o dia (meio da tarde) com o pé esquerdo quando uma morcega peso pesado quis nos interditar o acesso à nossa sala de reuniões por pensar que fazíamos parte do rali das tascas que se estava a realizar nesta precisa tarde (que coincidência).

No entanto depois de uns insultos e uns risos sarcásticos conseguimos quebrar o jejum e ajudar a enterrar os maus sabores da noite anterior. Para isso nada melhor que uma tosta mista e 6 Tagus fresquinhas.

Seguindo o deambular de almas condenadas pelas calçadas medievais, chegamos ao bar que tínhamos inaugurado uns anos antes. Este estabelecimento recebia anualmente o fluxo de detritos humanos que lá encalhavam, actuando como uma barragem que impedia a propagação
de valores imorais a horas decentes pela cidade.

Esta parte do relato vai ter de ser descrita por flashes que não estão obrigatoriamente citados por ordem de acontecimentos. Na verdade faço o que posso pois como diz o povo e, o povo tem sempre razão, elas não matam mas aleijam.

Através da espessa, quase palpável, bruma de embriaguez que obstruía a correcta percepção do mundo à minha volta, consegui heroicamente reter algumas imagens:

- As paredes que faziam a rua do bar repletas das mais variadas cores e sabores. Massa aqui, Vinho ali, ora arroz, também batatas. Isso não sei o que é mas deve ter sido bom. Não podiam cá faltar rojões e alguma fruta para que a refeição seja equilibrada. No fundo, o beco era a representação por regurgitação do mercado do Bulhão.

- O TS apostou um balde de vodka com um cientista maluco que conseguía beber o seu recipiente de vodka de golada. Isso resultou em 2 litros de batata fermentada de uma vez.

- Recordo uma língua de uma doutora. Não sei muito mais sobre isso mas acho que era azul.

- Acho que o Psico estava realmente a falar com pessoas que não conhecia.

- Ts, sempre muito formal e bem vestido, estava a brincar ao SuperBall. Um Quarter Back tirou-lhe o sapato e lançou-o elegantemente. TS correu fintando o muro de defesas que se amontoava frente a porta do bar mas, quando parecia que ia receber o seu calçado na perfeição, espalhou-se dramaticamente no meio da multidão.

- Por incrível que possa parecer não sei o que estava Javali a fazer. Incrível!

- Tenho noção do Snoop Dog a fazer streap tease numa mesa. Não estou certo do sentido exacto do que estou a dizer mas sei que tenho esta imagem na minha mente.

- Carregamos TS às costas pela cidade enquanto nos riamos com o facto de estarmos num estado em que não nos importava-mos com o espanto que as nossas figuras provocavam nos transeuntes. Por fim deitamos-lo no largo dos patos e afastamos-nos que chegue de forma a que ele parecesse abandonado. Foi hilariante vê-lo estendido num banco, sozinho, a vomitar e observar o choque na cara das pessoas que por ali andavam. Ahaha!

- Chegamos a casa e trancamos o TS no quarto pois ele já não estava em condições de ser visto como ser humano. Quando fechamos a porta à chave e a passamos por baixo da porta para que ele conseguisse sair, só ouvíamos disparates de como ele tinha um encontro importante com uma fêvera na Off mais logo a noite... Os bêbados dizem com cada uma. Ficou a salvo de si próprio.

- Sei que pedi ajuda para subir à varanda e baloiçar-me à beira da morte todo nu gritando obscenidades para a rua. Obviamente os alvos eram os quartos da ala feminina da residência e o salão de esteticista que se encontrava logo ali em baixo mesmo a jeito de apreciar os decotes. Quando desci tropecei no estendal que estava a apurar a sua ferrugem à alguns meses. Peguei nele e mandei-o para cima do telhado para que não incomoda-se mais. Todavia, o vento, célebre entidade omnipresente em Viana, entendeu que tinha de se manifestar neste preciso momento e atirou o mesmo para a rua. Desculpem... Rua não.. Não chegou à rua pois aterrou em cima de um Audi A4 mal estacionado.

- Descobri neste dia que falar com as autoridades policiais é uma óptima forma de ganhar clarividência em situações de decadência avançada.

- Depois deste episódio entendi dar por terminado o dia. Chegava de emoções fortes e percebi que este tinha sido o dia mais curto da minha existência. Foram, desde que nos levantamos até que me fui deitar, 4 horas de triste vida académica. Fechei a porta do meu cubículo e adormeci a pensar na vida..

- Acordei a meio da noite com uma mensagem estranha de TS perguntado-me como estava a OFF. Entendi que ele se tinha escapulido do quarto e tinha ido para outro lado qualquer. Sabia também que Javali tinha ido acabar a noite de queima com o pessoal e que Psico também tinha planos privados. Estava a lamentar-me com a minha solidão numa noite de queima das fitas quando tive de ir vomitar. Detesto fazer isso quando não está minguem presente para se divertir com o facto.

- O dia seguinte foi interessante. Acordei doentissimo e apenas o fiz porque estava a começar Undergrads. Tentei abrir a porta do quarto de TS para ver a série na sua Wide Screen TV mas a porta estava fechada. Quando abanei as velhas madeiras ouvi o bicho a exigir que lhe abrissem a porta... Parece que ele nunca tinha saído do quarto por não imaginar sequer que as chaves tinham sido passadas pela frincha. Estava compreensivelmente furioso por ter estado trancado longas horas e ter tido de urinar pela janela do 3º andar várias vezes para o meio da rua. Javali, este, também não tinha saído do quarto porque pensava que não estava ninguém em casa... Compreendemos o nosso grau de estupidez quando acontecem coisas destas... Estávamos todos em casa pensando que estávamos sozinhos...

- Apenas Psico tinha realmente arriscado por o seu ébrio corpo fora do nosso lar. Foi à Povoa de Varzim de carro ter como uma rapariga. Deu conta no dia seguinte que tinha ido descalço...

Resumindo... Mais uma boa memória que apenas podia ser desenterrada através de um estado de espírito semelhante... Neste caso a de uma noite perdida inutilmente...

Autor: GMDC

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Update 10/2007

Este mês justifica um Post devido aos importantes acontecimentos que tem surgido no seio dos Artistas.

Faço um parênteses no tom jocoso que habitualmente caracteriza esta inútil compilação de pensamentos para salutar o mais importante elemento feminino deste perverso grupo de amigos.

Devido a acontecimentos sérios fica aqui pela minha palavra, que penso ser aceite por todos, um grande abraço de solidariedade e votos de força interior para superar esta fase menos agradável da vida. Por nossa parte haverá sempre boa disposição e suporte a 200% pelo que mais vale pensa nos bons tempos que vão surgir e nos que passaram do que procurar causas e justificações que nada vão resolver.

Um conselho Artístico é o de levar a vida alegremente sem se preocupar demais com o que não é essencial (beber e comer) Este é o segredo da eterna felicidade.

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Falando de coisas bem melhores (ou não), existiram varios eventos que alteraram o equilíbrio universal do nosso ecossistema.

-1: Javali - Como todo bom Navalheiro peso pesado conseguiu ludibriar a desconfiança do sexo oposto e traiu uma fêmea para a sua toca. Agora, neste antro de actividade sexual vive feliz e satisfeito com as suas partes baixas. Como perspectivas futuras quer planear um jantar para comemorar o doce viver que usufrui neste momento.. Ao menos isso...

-2: Psico - Resolveu esticar a corda do suicido e ir de Road Trip para... Marrocos.. A ultima noticia que tivemos dele até à hora do Post foi que teve de subornar nativos para poder passar a fronteira com a sua carrinha... Boa sorte.. Nos acreditamos...

-3: TS: - Já é conhecida a sua propensão para decisões controversas mas desta vez é abuso. Empenhar-se financeiramente para bonificar a sua performance masculina... Francamente..

-4: Laranjinha: - Falei com ele depois de o acordar as 11h00 da manha... Isso atesta por si so a qualidade de vida do ALgarve...

Nº5: Moi même - Cheguei agora de Guimarães.. Fui jantar com TS ao Xixa Come e depois encontramos-nos com o Javali. Tivemos que esperar num local aproprio para deficientes pois ele não conhece nem a cidade berço.

Cafezada no largo Oliveira mais umas rodadas de finos na celebre cervejaria Martins.. (Os gajos não perguntam se queremos mais... Se o copo estiver vazio eles servem... Tipo Rodizio há bebado desempregado do Vale do Ave).

O tudo acabou com uma melancólica meditação à porta do Multiusos de Guimarães que esperava pelas dezenas de camionetas com miúdas meias bêbedas de Jeans Body fit e top provocador.

Velhotes parecíamos nós ao pé daquela folia estudantil... Resolvemos ir para casa descansar o reumatismo...
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Autor: GMDC