terça-feira, 23 de outubro de 2007

Any stupid given day!


Jak ZiE Mash

Cheguei agora do bar do Lip mas, antes disso, fui ao Gota de Agua tentar ver a empregada que estava ontem de serviço e, que me pareceu ter tocado, propositadamente, ao de leve com o seu dedo na minha mão... quando me entregou o troco... Não estava lá.. No seu posto estava um gordo qualquer..

4 Heinekens e uns salpicos de jeropiga na roupa vindos da mesa ao lado e decidi sair. No preciso momento, toda a gente subia para cima das mesas para dançar.

Sair no auge da noite serve para aumentar o ego e mostrar-se importante. Pena só que ninguém repare e que todos se estejam nas tintas..

Agora estou inspirado para a escrita. Depois de ter visto as estudantes Erasmus Polacas e a pouca roupa com que saíram para a rua, estou feliz por viver em Portugal, num país onde ainda se tem dinheiro para comprar tecido que chegue para tapar as cuecas.

Esta sensação de segurança para com a privacidade das nossas partes intimas e a quantidade de cerveja suficiente para por o meu cérebro a trabalhar levaram a que me lembrasse de uma bela tarde de primavera em Viana...

Naquela dia tínhamos acordamos a horas gregárias, ou seja, mesmo a tempo de ver Undergrads.

Depois de ter vencido a inercia que nos atava ao colchão por força da dor de cabeça e náuseas provindas de ingestões nocturnas anteriores, conseguimos ir tomar o pequeno almoço ao Lunas.

Foi difícil não começar o dia (meio da tarde) com o pé esquerdo quando uma morcega peso pesado quis nos interditar o acesso à nossa sala de reuniões por pensar que fazíamos parte do rali das tascas que se estava a realizar nesta precisa tarde (que coincidência).

No entanto depois de uns insultos e uns risos sarcásticos conseguimos quebrar o jejum e ajudar a enterrar os maus sabores da noite anterior. Para isso nada melhor que uma tosta mista e 6 Tagus fresquinhas.

Seguindo o deambular de almas condenadas pelas calçadas medievais, chegamos ao bar que tínhamos inaugurado uns anos antes. Este estabelecimento recebia anualmente o fluxo de detritos humanos que lá encalhavam, actuando como uma barragem que impedia a propagação
de valores imorais a horas decentes pela cidade.

Esta parte do relato vai ter de ser descrita por flashes que não estão obrigatoriamente citados por ordem de acontecimentos. Na verdade faço o que posso pois como diz o povo e, o povo tem sempre razão, elas não matam mas aleijam.

Através da espessa, quase palpável, bruma de embriaguez que obstruía a correcta percepção do mundo à minha volta, consegui heroicamente reter algumas imagens:

- As paredes que faziam a rua do bar repletas das mais variadas cores e sabores. Massa aqui, Vinho ali, ora arroz, também batatas. Isso não sei o que é mas deve ter sido bom. Não podiam cá faltar rojões e alguma fruta para que a refeição seja equilibrada. No fundo, o beco era a representação por regurgitação do mercado do Bulhão.

- O TS apostou um balde de vodka com um cientista maluco que conseguía beber o seu recipiente de vodka de golada. Isso resultou em 2 litros de batata fermentada de uma vez.

- Recordo uma língua de uma doutora. Não sei muito mais sobre isso mas acho que era azul.

- Acho que o Psico estava realmente a falar com pessoas que não conhecia.

- Ts, sempre muito formal e bem vestido, estava a brincar ao SuperBall. Um Quarter Back tirou-lhe o sapato e lançou-o elegantemente. TS correu fintando o muro de defesas que se amontoava frente a porta do bar mas, quando parecia que ia receber o seu calçado na perfeição, espalhou-se dramaticamente no meio da multidão.

- Por incrível que possa parecer não sei o que estava Javali a fazer. Incrível!

- Tenho noção do Snoop Dog a fazer streap tease numa mesa. Não estou certo do sentido exacto do que estou a dizer mas sei que tenho esta imagem na minha mente.

- Carregamos TS às costas pela cidade enquanto nos riamos com o facto de estarmos num estado em que não nos importava-mos com o espanto que as nossas figuras provocavam nos transeuntes. Por fim deitamos-lo no largo dos patos e afastamos-nos que chegue de forma a que ele parecesse abandonado. Foi hilariante vê-lo estendido num banco, sozinho, a vomitar e observar o choque na cara das pessoas que por ali andavam. Ahaha!

- Chegamos a casa e trancamos o TS no quarto pois ele já não estava em condições de ser visto como ser humano. Quando fechamos a porta à chave e a passamos por baixo da porta para que ele conseguisse sair, só ouvíamos disparates de como ele tinha um encontro importante com uma fêvera na Off mais logo a noite... Os bêbados dizem com cada uma. Ficou a salvo de si próprio.

- Sei que pedi ajuda para subir à varanda e baloiçar-me à beira da morte todo nu gritando obscenidades para a rua. Obviamente os alvos eram os quartos da ala feminina da residência e o salão de esteticista que se encontrava logo ali em baixo mesmo a jeito de apreciar os decotes. Quando desci tropecei no estendal que estava a apurar a sua ferrugem à alguns meses. Peguei nele e mandei-o para cima do telhado para que não incomoda-se mais. Todavia, o vento, célebre entidade omnipresente em Viana, entendeu que tinha de se manifestar neste preciso momento e atirou o mesmo para a rua. Desculpem... Rua não.. Não chegou à rua pois aterrou em cima de um Audi A4 mal estacionado.

- Descobri neste dia que falar com as autoridades policiais é uma óptima forma de ganhar clarividência em situações de decadência avançada.

- Depois deste episódio entendi dar por terminado o dia. Chegava de emoções fortes e percebi que este tinha sido o dia mais curto da minha existência. Foram, desde que nos levantamos até que me fui deitar, 4 horas de triste vida académica. Fechei a porta do meu cubículo e adormeci a pensar na vida..

- Acordei a meio da noite com uma mensagem estranha de TS perguntado-me como estava a OFF. Entendi que ele se tinha escapulido do quarto e tinha ido para outro lado qualquer. Sabia também que Javali tinha ido acabar a noite de queima com o pessoal e que Psico também tinha planos privados. Estava a lamentar-me com a minha solidão numa noite de queima das fitas quando tive de ir vomitar. Detesto fazer isso quando não está minguem presente para se divertir com o facto.

- O dia seguinte foi interessante. Acordei doentissimo e apenas o fiz porque estava a começar Undergrads. Tentei abrir a porta do quarto de TS para ver a série na sua Wide Screen TV mas a porta estava fechada. Quando abanei as velhas madeiras ouvi o bicho a exigir que lhe abrissem a porta... Parece que ele nunca tinha saído do quarto por não imaginar sequer que as chaves tinham sido passadas pela frincha. Estava compreensivelmente furioso por ter estado trancado longas horas e ter tido de urinar pela janela do 3º andar várias vezes para o meio da rua. Javali, este, também não tinha saído do quarto porque pensava que não estava ninguém em casa... Compreendemos o nosso grau de estupidez quando acontecem coisas destas... Estávamos todos em casa pensando que estávamos sozinhos...

- Apenas Psico tinha realmente arriscado por o seu ébrio corpo fora do nosso lar. Foi à Povoa de Varzim de carro ter como uma rapariga. Deu conta no dia seguinte que tinha ido descalço...

Resumindo... Mais uma boa memória que apenas podia ser desenterrada através de um estado de espírito semelhante... Neste caso a de uma noite perdida inutilmente...

Autor: GMDC

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