segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

A melhor prenda do mundo!

Update de Natal!

A todos os artistas um bom Natal!

Bem que esta festividade Católica, imposta na nossa sociedade por invasores (Roma) que perverteram tanto os nossos cultos Celtas como o Cristianismo original não me diga absolutamente nada, divirto-me sempre vendo como as massas se comportam de modo previsível e como são manipuladas sem o saberem por publicidade e comportamentos que a sociedade define como obrigatórios.

Hoje em dia penduram coisas nas árvores sem saber porquê. Associam isso ao Natal e ao menino Jesus sem imaginarem sequer que isso foi em tempos um costume Celta. Os Celtas atavam fitas de tecido coloridas nas árvores perto das fontes sagradas onde faziam rituais e pedidos as Deusas.

Hoje em dia, oferecem-se prendas sem se recordar que o menino Jesus só as teve dia 6 de Janeiro. Dia em que todos poderíamos ter comprado os mesmos objectos em saldos...

Hoje em dia compram-se prendas nos centros comerciais em vez de ir ao comercio tradicional e viver o verdadeiro espírito da época..

Enfim, o Natal é uma festividade falsa que valeria a pena ignorar se não nos sentíssemos compelidos interiormente a desfrutar da quadra como toda a gente. Este sentimento não tem contudo nada a ver com a beleza do feriado ou santidade do dia. E apenas uma reacção natural que está gravada nas nossas mentes de crianças. Para todos, o Natal significa receber prendas, comer bolos, beber álcool em casa sem ser mal visto nem repreendido e, isso é tudo o que basta para ansiarmos o ano inteiro por um dia que passa como os outros.

A medida que avançamos na vida e ganhamos juízo, deixamos de dar atenção aos presentes e, no fundo, tentamos apenas passar um bom momento. Para tal nada melhor do que a prenda que enviei por mms a todos os artistas.

Acho sinceramente que por entre todas as miseráveis mensagens cliché que passam de ano para ano, a minha foi a melhor de todas.

Aqui vai a melhor prenda do mundo para qualquer Artista, Sinto me privilegiado por ter enchido a pança de tal modo que a meia noite e trinta já estou em casa refastelado no sofá.


ARTISTAS, ENJOY WITH ME A REAL XMAS MEAL MINHO'S STYLE:

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ARTISTAS, ENJOY WITH ME A REAL XMAS DESERT MINHO'S STYLE:

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Autor: Gmdc


quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Update Decembre/07

Uma rápida actualização.

Fui até Viana depois de sair do trabalho. Francamente não me apetecia. Já era meia noite e eram 60 km a mais e alguns euros de precioso combustível..

Porém, a pedido várias vezes reforçado por sms, decidi dar um salto a uma tasca perigosamente situada a beira rio. Não pela localização mas, por culpa própria dos donos, o estabelecimento é conhecido por meter água frequentemente.

Apesar de todos os contras, sai da IC1 e virei a direita na rotunda. Parei frente ao principal armazém de toiras em idade de reprodução de Viana e esperei pela Artista que me ia acompanhar ao dito barco furado.

Estacionamos. Morcegos jaziam nas escadas num prenuncio óbvio do que se passava no interior.

-São estudantes? Perguntou o porteiro.
-Sim, claro... respondemos..

Ora toma um cartão de 1€... O tempo por vezes parece que fica preso numa dimensão estranha... Viana tem destas coisas.

Penetrei no antro.. Primeira coisa que vejo:

Morcega de Turismo responsável pela humilhação dos caloiros. Sim esta mesmo.. Aquela que já faz parte da mobília da ESTG.. Estava a ser carregada inconsciente por alguns animais da mesma raça...

Muita bebida? Olhou para um espelho? Quem sabe..

Na minha modesta mas sempre correcta opinião, fiquei feliz pela ironia. Uma pessoa que descarrega a frustração da vida em forma de poder comprado (mais provavelmente roubado...) sei lá de que forma, sobre jovens que não conseguem perceber o estranho comportamento desta esquizofrenica, nunca deveria dar sinais da tão rasca forma de vida que é uma doutora sexualmente e socialmente frustrada...

Mas enfim, é Natal... Se calhar esta sua exibição foi uma prenda cómica para com o mundo... Bem que ela tem que pagar o tempo e espaço inutil que ocupa no planeta...

Adiante...

Uma simpática jovem doutora tinha cartões que permitiam intoxicar-se com Gin gratuitamente..
Ao fim de 3 e, perplexo pelo facto de o tempo em Viana estar dobrado sobre si mesmo o que permitia que este não fluísse e, consequentemente, que os preços da inflação não se fizessem sentir, resolvi ir embora o mais rapidamente possível...

E que apesar das anormalidade do complexo Espaço-Temporal Vianense, sei graças a fontes isentas de qualquer suspeita, que a BT de Biana tem uns carros iguais aos daquele êxito cinéfilo da década de 80: Back to the Future, de forma que estes estão concerteza a par da operação Festividades 2007-2008.

Hasta!

Autor: GMDC

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

The Special One!

Uma coisa de que nos damos conta quando se entra na faculdade é que há pessoas capazes do maior ridículo para se sentirem partes de uma unidade social que lhes possa valorizar a existência .

A nossa experiência social, que até aí é maior ou menor consoante o individuo em causa será sempre posta em causa e submetida a uma evolução forçada. Quer presenciemos estranhos hábitos alimentares, estilos de barba intermináveis, gostos musicais incompreensíveis, distúrbios emocionais, tiques nervosos assombrosos ou até cheiros inexplicáveis, existe sempre alguém capaz de nos relembrar que a biodiversidade de carácter de uma faculdade é incalculável. De facto, não raras as vezes chegamos a pensar que somos os únicos humanos normais por entre esta amalgama de aberrações da criação.

Sempre fomos um grupo receptivo a quaisquer diferença comportamental. De facto, isto era quase requisito para poderem despertar o nosso interesse. Porém, nada nos podia ter preparado para lidar com uma pessoa como o por nós intitulado (devido a aparências físicas, hábitos de higiene e forma de agir e pensar) " MAMUTE".

O encontro com tão marcante personagem deu-se da forma mais inesperada e caricata possível. Saindo de casa (a do 3º ano) para irmos jantar e apaziguar os revoltos ácidos estomacais que, bravos, lutavam contra a forte dose de álcool ingerida no rali das tascas desta mesma tarde, tropeçamos num carro da policia municipal estacionado em frente a nossa porta. Olhamos uns para os outros já a pensar em qual o de entre nós teria enveredado, mais uma vez, na ilegalidade.

Porém, imediatamente, demos conta que o furioso e faiscante olhar do Sr.Agente estava focado exclusivamente para a massa inerte que jazia no banco de trás da viatura estatal. Bem mais curiosos do que preocupados, abordamos a autoridade perguntando-lhe se lhe podíamos ser de alguma utilidade.

- Sr.Agente. O que se passa?
- O QUE SE PASSA? disse ele gritando de fúria..
- O que se passa é que vocês jovens são todos uns BÊBADOS!! Olhem para isso! Encontrei este cadáver estendido na rua e fui por isso incumbido de encontrar a sua residência e de o deixar em segurança!!

Acreditem ou não, veio logo acima o nosso filantropo viver académico e propusemos-nos a ajudar na medida do possível.

- Sô guarda, deixe estar. Nos tomamos conta da ocorrência. Deixe ver quem é este cidadão de 2ª categoria que nem consegue acabar um rali sem desmaiar, inerte, na praça publica!

Abrimos a porta de trás e tapamos os orifícios nasais e bucais de forma preventiva.. Viramos o corpo adormecido sobre si mesmo e conseguimos ler na sua já vergonhosamente vomitada camisola as palavras que nos encheram de orgulho:

CALOIRO TURISMO 2002-2003

De lágrimas nos olhos, emocionados por ter encontrado alguém no meio de tanta carne de caloiro inútil que tivesse o potencial para ser um artista de nova geração, carregamos o cujo pela estreita e inclinada escada.

A frente, a velhota de ar sôfrego e de pesar sem duvida ignoto, insultava o ébrio estudante e, ao mesmo tempo, agradecia calorosamente como uma ternura que só uma avó grata por um mero acto de atenção por parte de jovens dedicados. Por trás, o policia coordenava as operações com a metodologia que lhe foi incutida durante as duríssimas horas de treino a que foi sujeito. Por outras palavras só dizia e fazia disparates e acabava por dificultar o transporte de uma massa considerável através de um espaço limitado e sombrio.

A nossa boa vontade foi tal que nem sequer roubamos nada da casa da anciã e até devolvemos a carteira do animal pré-histórico que acabávamos de arrastar até ao se palheiro. Mal se deitou, naquele pequeno quarto de odores secos e agressivos, regurgitou imediatamente os líquidos ingeridos e que o tinham posto em tal estado. Quando os gritos da idosa se tornaram insuportáveis e seus insultos inconcebíveis, resolvemos sair dali. Notou-se o ar de satisfação do guarda que devia com certeza estar satisfeito por ter um frete a menos a resolver antes da sua sessão de masturbação colectiva nos balneários da psp de V.do Castelo.

A impressão que ficamos do Mamute foi a de que estava ali um diamante a lapidar. O potencial estava lá. Só precisávamos de dedicação para o fazer florescer..

No entanto, apesar do nosso acompanhamento, a sua evolução percorreu os mais trágicos caminhos. Não sabemos se terá sido do excesso de gordura ingerida nos manjares do Brasil ou do teor de acidez dos vinhos verdes, o Mamute tornou-se um mentiroso compulsivo e revelou uma ingenuidade que nem os anjinhos mais lerdos das terras e dos céus se podiam gabar.

O dia em que deixamos finalmente de acreditar nele veio no inverno. Abrigados da chuva pela laje antiga e gasta que cobria a entrada da casa da védoria, falávamos casualmente com o nosso discípulo. Em determinado momento, quando comentávamos acerca de quais as melhores e maiores festas populares do minho, Mamute disse tragicamente:

- Eu também fui às feiras novas. Eu e não sei quantos colegas metemos-nos no comboio já todos bêbados e só paramos em Ponte de Lima!!

Não nos rimos. Aliás, a hora era de consternação pelo tempo e esperanças perdidas. tínhamos depositado confianças nele... Matou a vida as ilusões que não voltaríamos a viver (A.M).. Ir de comboio até ponte de lima.. Só se fosse de gatas ao empurrão aos seus amigos.. Nem sequer existem linhas férreas em P-Lima..

Esta vergonhosa mentirasita aparentemente inofensiva tornou-se mito urbano em Viana do Castelo. Deu ainda para Mamute ser integrado como um animal de circo pelos mais desejados núcleos mas, o seu quarto de hora acabou no momento em que o viram a lamber as axilas repletas de chantilly do seu grande amigo TESTA LARGA de Guimarães...


Tivemos pena.. O Mamute era especial.. quase que foi o Special One de toda a nossa vivência académica. Porém, como o verdadeiro JM-SO, começou pela glória absoluta e, quando isso acontece, o unico caminho que existe é para baixo.. até ao fundo da escada da vida...

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Any stupid given day!


Jak ZiE Mash

Cheguei agora do bar do Lip mas, antes disso, fui ao Gota de Agua tentar ver a empregada que estava ontem de serviço e, que me pareceu ter tocado, propositadamente, ao de leve com o seu dedo na minha mão... quando me entregou o troco... Não estava lá.. No seu posto estava um gordo qualquer..

4 Heinekens e uns salpicos de jeropiga na roupa vindos da mesa ao lado e decidi sair. No preciso momento, toda a gente subia para cima das mesas para dançar.

Sair no auge da noite serve para aumentar o ego e mostrar-se importante. Pena só que ninguém repare e que todos se estejam nas tintas..

Agora estou inspirado para a escrita. Depois de ter visto as estudantes Erasmus Polacas e a pouca roupa com que saíram para a rua, estou feliz por viver em Portugal, num país onde ainda se tem dinheiro para comprar tecido que chegue para tapar as cuecas.

Esta sensação de segurança para com a privacidade das nossas partes intimas e a quantidade de cerveja suficiente para por o meu cérebro a trabalhar levaram a que me lembrasse de uma bela tarde de primavera em Viana...

Naquela dia tínhamos acordamos a horas gregárias, ou seja, mesmo a tempo de ver Undergrads.

Depois de ter vencido a inercia que nos atava ao colchão por força da dor de cabeça e náuseas provindas de ingestões nocturnas anteriores, conseguimos ir tomar o pequeno almoço ao Lunas.

Foi difícil não começar o dia (meio da tarde) com o pé esquerdo quando uma morcega peso pesado quis nos interditar o acesso à nossa sala de reuniões por pensar que fazíamos parte do rali das tascas que se estava a realizar nesta precisa tarde (que coincidência).

No entanto depois de uns insultos e uns risos sarcásticos conseguimos quebrar o jejum e ajudar a enterrar os maus sabores da noite anterior. Para isso nada melhor que uma tosta mista e 6 Tagus fresquinhas.

Seguindo o deambular de almas condenadas pelas calçadas medievais, chegamos ao bar que tínhamos inaugurado uns anos antes. Este estabelecimento recebia anualmente o fluxo de detritos humanos que lá encalhavam, actuando como uma barragem que impedia a propagação
de valores imorais a horas decentes pela cidade.

Esta parte do relato vai ter de ser descrita por flashes que não estão obrigatoriamente citados por ordem de acontecimentos. Na verdade faço o que posso pois como diz o povo e, o povo tem sempre razão, elas não matam mas aleijam.

Através da espessa, quase palpável, bruma de embriaguez que obstruía a correcta percepção do mundo à minha volta, consegui heroicamente reter algumas imagens:

- As paredes que faziam a rua do bar repletas das mais variadas cores e sabores. Massa aqui, Vinho ali, ora arroz, também batatas. Isso não sei o que é mas deve ter sido bom. Não podiam cá faltar rojões e alguma fruta para que a refeição seja equilibrada. No fundo, o beco era a representação por regurgitação do mercado do Bulhão.

- O TS apostou um balde de vodka com um cientista maluco que conseguía beber o seu recipiente de vodka de golada. Isso resultou em 2 litros de batata fermentada de uma vez.

- Recordo uma língua de uma doutora. Não sei muito mais sobre isso mas acho que era azul.

- Acho que o Psico estava realmente a falar com pessoas que não conhecia.

- Ts, sempre muito formal e bem vestido, estava a brincar ao SuperBall. Um Quarter Back tirou-lhe o sapato e lançou-o elegantemente. TS correu fintando o muro de defesas que se amontoava frente a porta do bar mas, quando parecia que ia receber o seu calçado na perfeição, espalhou-se dramaticamente no meio da multidão.

- Por incrível que possa parecer não sei o que estava Javali a fazer. Incrível!

- Tenho noção do Snoop Dog a fazer streap tease numa mesa. Não estou certo do sentido exacto do que estou a dizer mas sei que tenho esta imagem na minha mente.

- Carregamos TS às costas pela cidade enquanto nos riamos com o facto de estarmos num estado em que não nos importava-mos com o espanto que as nossas figuras provocavam nos transeuntes. Por fim deitamos-lo no largo dos patos e afastamos-nos que chegue de forma a que ele parecesse abandonado. Foi hilariante vê-lo estendido num banco, sozinho, a vomitar e observar o choque na cara das pessoas que por ali andavam. Ahaha!

- Chegamos a casa e trancamos o TS no quarto pois ele já não estava em condições de ser visto como ser humano. Quando fechamos a porta à chave e a passamos por baixo da porta para que ele conseguisse sair, só ouvíamos disparates de como ele tinha um encontro importante com uma fêvera na Off mais logo a noite... Os bêbados dizem com cada uma. Ficou a salvo de si próprio.

- Sei que pedi ajuda para subir à varanda e baloiçar-me à beira da morte todo nu gritando obscenidades para a rua. Obviamente os alvos eram os quartos da ala feminina da residência e o salão de esteticista que se encontrava logo ali em baixo mesmo a jeito de apreciar os decotes. Quando desci tropecei no estendal que estava a apurar a sua ferrugem à alguns meses. Peguei nele e mandei-o para cima do telhado para que não incomoda-se mais. Todavia, o vento, célebre entidade omnipresente em Viana, entendeu que tinha de se manifestar neste preciso momento e atirou o mesmo para a rua. Desculpem... Rua não.. Não chegou à rua pois aterrou em cima de um Audi A4 mal estacionado.

- Descobri neste dia que falar com as autoridades policiais é uma óptima forma de ganhar clarividência em situações de decadência avançada.

- Depois deste episódio entendi dar por terminado o dia. Chegava de emoções fortes e percebi que este tinha sido o dia mais curto da minha existência. Foram, desde que nos levantamos até que me fui deitar, 4 horas de triste vida académica. Fechei a porta do meu cubículo e adormeci a pensar na vida..

- Acordei a meio da noite com uma mensagem estranha de TS perguntado-me como estava a OFF. Entendi que ele se tinha escapulido do quarto e tinha ido para outro lado qualquer. Sabia também que Javali tinha ido acabar a noite de queima com o pessoal e que Psico também tinha planos privados. Estava a lamentar-me com a minha solidão numa noite de queima das fitas quando tive de ir vomitar. Detesto fazer isso quando não está minguem presente para se divertir com o facto.

- O dia seguinte foi interessante. Acordei doentissimo e apenas o fiz porque estava a começar Undergrads. Tentei abrir a porta do quarto de TS para ver a série na sua Wide Screen TV mas a porta estava fechada. Quando abanei as velhas madeiras ouvi o bicho a exigir que lhe abrissem a porta... Parece que ele nunca tinha saído do quarto por não imaginar sequer que as chaves tinham sido passadas pela frincha. Estava compreensivelmente furioso por ter estado trancado longas horas e ter tido de urinar pela janela do 3º andar várias vezes para o meio da rua. Javali, este, também não tinha saído do quarto porque pensava que não estava ninguém em casa... Compreendemos o nosso grau de estupidez quando acontecem coisas destas... Estávamos todos em casa pensando que estávamos sozinhos...

- Apenas Psico tinha realmente arriscado por o seu ébrio corpo fora do nosso lar. Foi à Povoa de Varzim de carro ter como uma rapariga. Deu conta no dia seguinte que tinha ido descalço...

Resumindo... Mais uma boa memória que apenas podia ser desenterrada através de um estado de espírito semelhante... Neste caso a de uma noite perdida inutilmente...

Autor: GMDC

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Update 10/2007

Este mês justifica um Post devido aos importantes acontecimentos que tem surgido no seio dos Artistas.

Faço um parênteses no tom jocoso que habitualmente caracteriza esta inútil compilação de pensamentos para salutar o mais importante elemento feminino deste perverso grupo de amigos.

Devido a acontecimentos sérios fica aqui pela minha palavra, que penso ser aceite por todos, um grande abraço de solidariedade e votos de força interior para superar esta fase menos agradável da vida. Por nossa parte haverá sempre boa disposição e suporte a 200% pelo que mais vale pensa nos bons tempos que vão surgir e nos que passaram do que procurar causas e justificações que nada vão resolver.

Um conselho Artístico é o de levar a vida alegremente sem se preocupar demais com o que não é essencial (beber e comer) Este é o segredo da eterna felicidade.

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Falando de coisas bem melhores (ou não), existiram varios eventos que alteraram o equilíbrio universal do nosso ecossistema.

-1: Javali - Como todo bom Navalheiro peso pesado conseguiu ludibriar a desconfiança do sexo oposto e traiu uma fêmea para a sua toca. Agora, neste antro de actividade sexual vive feliz e satisfeito com as suas partes baixas. Como perspectivas futuras quer planear um jantar para comemorar o doce viver que usufrui neste momento.. Ao menos isso...

-2: Psico - Resolveu esticar a corda do suicido e ir de Road Trip para... Marrocos.. A ultima noticia que tivemos dele até à hora do Post foi que teve de subornar nativos para poder passar a fronteira com a sua carrinha... Boa sorte.. Nos acreditamos...

-3: TS: - Já é conhecida a sua propensão para decisões controversas mas desta vez é abuso. Empenhar-se financeiramente para bonificar a sua performance masculina... Francamente..

-4: Laranjinha: - Falei com ele depois de o acordar as 11h00 da manha... Isso atesta por si so a qualidade de vida do ALgarve...

Nº5: Moi même - Cheguei agora de Guimarães.. Fui jantar com TS ao Xixa Come e depois encontramos-nos com o Javali. Tivemos que esperar num local aproprio para deficientes pois ele não conhece nem a cidade berço.

Cafezada no largo Oliveira mais umas rodadas de finos na celebre cervejaria Martins.. (Os gajos não perguntam se queremos mais... Se o copo estiver vazio eles servem... Tipo Rodizio há bebado desempregado do Vale do Ave).

O tudo acabou com uma melancólica meditação à porta do Multiusos de Guimarães que esperava pelas dezenas de camionetas com miúdas meias bêbedas de Jeans Body fit e top provocador.

Velhotes parecíamos nós ao pé daquela folia estudantil... Resolvemos ir para casa descansar o reumatismo...
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Autor: GMDC

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Time After Time

Descansem os tímidos visitantes deste blogg. Afastem as tenebrosas e maldosas ideias de que esta enciclopédia de historias tinha chegado ao fim depois de tão curta vida!

Concordo que meses depois de uma intensa produção de lembranças, uma fase mais modesta surgiu. Contudo, tudo tem uma razão... Até o nada e a ausência de tudo tem uma razão de ser pelo que o próprio invocar destes conceitos não faz sentido... Fdx.. la estou eu outra vez... Por favor.. Insultem-me e mandem-me calar...

Voltando a coisas sérias..

Por muito que nos queiramos manter iguais a nós próprios, todos tem de seguir a sua vida... Passarei a comentar brevemente o que temos vindo a fazer neste momento.

2 anos depois do fim da vida académica:

Javali:
- Voltou a terra firme mas não deixa de meter água. Depois de ter passado meses num navio tem agora um trabalho muito gay... Vende tintas e é um EXPERT em paletes de cores... Que raio lhe fizeram lá no convés...

Laranjinha:
- Imigrou para lá da ponte da Arrábida e encontra-se nos reinos dos Algarves a passar o tempo entre os petiscos, a praia e o emprego a que chama trabalho. Gostaria de lhes dizer onde se encontra precisamente mas, sem surpresa, disse-me que não sabe onde está nem para onde vai ir a seguir.

Baco:
- Alcançou o sonho de qualquer homem. Vai ser pago para percorrer o pais de cima abaixo para despir e vestir corpos esculturais de manequins.... Pena que sejam manequins verdadeiros, ou seja, de cera ou outro material qualquer...

-Psico:
Também cruzou as terras lusitanas até parar nos confins das quase arábias. Tem um nobre tacho na corte de uma cidade interior algarvia. Partilha uma caverna com o Laranjinha e, recentemente, com o insistir do sol africano, perdeu o juízo e anda vestido na rua como um Árabe sem barba. Adoptou até o Pseudónimo de Al-Garbe.

-TS:
O filho bastardo voltou a casa. Despediu-se para poder ter férias e agora volta para perto do mostro que o amamentou. Entretanto encontrou um brinquedo novo.

-Eu?.
.. Eu...Eu.. ando perto da praia raramente lá chego por causa das esplanadas que estão mesmo em frente... Entretanto brinco com o TS com o seu Brinquedo novo mas que, na realidade, é velho...

BJ40 na Falperra



Como puderam ver, andamos todos muito ocupados pelo que, por vezes, esquecemos-nos do nosso clube de fãs ocasionais.

No entanto, regozijem-se os amantes da boa leitura e da novela com a notícia que agora segue:

-Agora este blogg não mais estará limitado ás memórias do passado como também passará para fora o relato dos nossos desvios diários...

Até lá.. MUÁAH!

terça-feira, 24 de abril de 2007

COISAS QUE DEVES SABER ANTES DE ENTRAR NA FACULDADE:


1. Não importa a que horas é a primeira aula, vais dormir durante ela;
2. Vais mudar completamente e nem vais notar;
3. Podes amar várias pessoas de maneiras diferentes;
4. Estudantes Universitários também mandam aviões de papel durante as aulas;
5. Só vais conhecer alguns dos professores no dia do exame;
6. Cada relógio do prédio tem uma hora diferente;
7. Se eras inteligente no secundário... a inteligência deve ter ficado por lá;
8. Não importa tudo o que prometeste quando passaste no exame, vais às festas da faculdade, mesmo que sejam na noite anterior à prova final;
9. Podes saber a matéria toda e a prova correr-te mal;
10. Podes não saber nada da matéria e tirar dez;
11. A tua casa é o ultimo lugar para visitar;
12. A maior
parte do conhecimento que adquires é fora das aulas;
13. Se nunca bebeste, vais beber;
14. Se nunca fumaste, vais fumar;
15. Se nunca fodeste, vais foder';
16. Se não fizeres nada disto durante a faculdade, não o farás nunca mais na vida, a não ser que andes de novo na faculdade;
17. Vais tornar-te numa daquelas pessoas que os teus pais te dizem para não conhecer;
18. Psicologia é na verdade Biologia;
19. Biologia é na verdade Química;
20. Química é na verdade Física;
21. Física é na verdade Matemática;
22. Matemática continua a ser uma merda;
22. Ou seja: mesmo depois d'anos de estudo, não vais saber nada e vais acabar o curso a pensar que não estás preparado;
23. Vais descobrir que depressão, solidão e tristeza não são coisas de quem não tem nada para fazer;
24. Vais prometer sempre que no próximo semestre estudas mais,prestas mais atenção às
aulas e vais a menos festas, mas vai aconecer sempre o contrário;
25. Ter um zero é normal;
26. As únicas coisas que compensam na faculdade são os amigos que vais fazer;
27. Não verás a hora de terminar a faculdade;
28. E quando acabar, perceberás que foi a melhor época de toda a tua vida.

OS SINAIS DE QUE JÁ NÃO ESTÁS NA FACULDADE:
1. Fazer sexo numa cama de solteiro é um absurdo;
2. Há mais comida do que cerveja no frigorífico;
3. 6:00 da manhã é a hora a que acordas, e não a hora a que vais dormir;
4. Ouves a tua música preferida num elevador;
5. Andas c/ guarda-chuva e dás a maior importância à previsão do tempo;
6. Os teus amigos casam-se e divorciam-se em vez de andarem e acabarem;
7. As tuas férias passam de 130 para 26 dias por ano;
8. Calças de ganga e sweet não são consideradas roupa;
9. Chamas a polícia porque
o jovem vizinho não sabe como baixar o som;
10. Deixas de saber a que horas os snack-bars fecham;
11. Dormir no sofá dá-te uma puta de dor nas costas;
12. Nunca mais dormiste do meio-dia às 6h da tarde durante a semana;
13. Vais a farmácia comprar um remédio para a dor de cabeça e antiácidos em vez de preservativos e testes de gravidez;
14. Tomas o pequeno-almoço à hora própria;
15. Mais de 90% do tempo que passas em frente ao computador estás a trabalhar;
16. Não bebes sozinho em casa, antes de sair, para economizar dinheiro p/a noitada;
17. E o mais importante... Não tens tempo sequer de ler este post e aproveitar para passá-lo aos teus velhos amigos, para que eles se lembrem que também estão velhos e os bons tempos da faculdade já eram...

O TEMPO PASSA DEPRESSA DEMAIS!!!

sábado, 17 de fevereiro de 2007

Relato de um caso prático. Hipnós e sua influência na vida académica. Um teorema de carácter militar e mitológico.

Epígrafe

Muitas vezes sentíamos-nos diferentes. Muitas vezes não nos queríamos envolver com os comuns estudantes. Muitas vezes tentávamos distinguir-nos pela nossa imaginação e, quase sempre, tínhamos razão de e, para assim agir.

Pelas mais diversas razões mas, essencialmente, pela qualidade duvidosa do divino néctar de Baco assim como pelas companhias de interesse duvidoso, resolvemos faltar ao tradicional jantar de curso da recepção ao caloiro daquele que foi o nosso 3ºano de académicos bons viventes. No entanto, apesar do núcleo duro dos artistas ter decidido ir jantar num outro restaurante, isso é, bem longe da sôfrega reunião dos restantes camaradas de curso, 2 emissários foram mandados em sacrifício como Participantes/Observadores para que não corrêssemos o risco de não estar a par de algum acontecimento relevante para os nossos pertinentes julgamentos acerca da vida social Vianense. Note-se que apesar dos poucos defeitos que, modestamente, admito que pudéssemos ter tido, a nossa inviolada moral nunca nos permitiria conjecturar sem acertados fundamentos provindos de fontes seguras, filedignas e incorruptíveis.

Assim sendo, foram escolhidos para esta missão de reconhecimento undercover, os 2 elementos que, na nossa perspectiva, melhor se enquadrariam no ambiente em questão. Destacados o TS e Javali, a noite prosseguiu como planeado até certa altura...

Autor: GMDC


Capitulo I

Enfastiado de vinho maduro sobre-aquecido e, ainda sofrendo dos abusos alcoolémicos da noite anterior, decidi não me deslocar para o antro onde se praticava lenocídio de caloiras naquele ano. Os restantes agentes, estes, sempre fieis aos seus postos, incumbiram-me porém de uma ultima incumbência.

Nada me fazia suspeitar, até então, que algo poderia ter corrido mal. Quando não há notícias, estas são sempre boas. No entanto, subindo as difíceis escadas de caracol com uma recruta feminina que, tinha o simples papel de entregar ao mesmo a carteira que o Psico tinha deixado em casa, percebo que o esquadrão nº1 tinha cumprido a sua tarefa bem demais.

Bem demais estão alguns dos leitores neste momento a pensar. O que é que pode ser bem feito demais? Não será isso uma questão do aborrecido e, na minha opinião, supérfluo forro filosófico? Saltando intermínáveis e inúteis horas de discussões inconsequentes, o facto é que TS e Javali tinham levado naquela noite o termo undercover a um nível que antes nunca sequer tinham os mais ambiciosos ousado sonhar.

Lembro me de os ver sair de casa os olhos brilhantes com uma felicidade e orgulho que só os puros, jovens ainda ingénuos, ainda tem coragem de ressentir nos seus âmagos ansiosos por abraçar uma causa qualquer. Sempre alegres por desempenhar uma missão, esta não era, à partida, um obstáculo as suas imaculadas folhas de serviço.

No entanto, lá estava eu com a recruta atrás de mim. Na penumbra hesitante que só os ares abstractos da casa do 3º ano oferecia, tínhamos-nos esgueirado pelas íngremes escadas até ao corredor central. Pressenti imediatamente que algo não estava bem. É estranho que numa sociedade envolta pela tecnologia e pela dessensibilização dos instintos, o ser animal entorpecido dentro de nós ainda consiga, bem que fugazmente, emergir das nossas entranhas despertando-nos o sexto mítico sentido.

Logo que fiquei ofegante e senti a apreensividade da pessoa atrás de mim, senti o velho desgastado soalho de madeira a vibrar. A onda de choque furiosa, cujas sequelas consecutivas aumentavam a intensidade global das oscilações do chão instável, era quase palpável. Ao mesmo tempo que estudávamos, aterrados, este fenómeno, começamos a ouvir uns estrondos roucos e pesados que me recordava uma cena que ficou na história do cinema. Estou me a referir mais especificamente aos impactos dos passos do Tyrannosaurus REX na famosa saga dirigda por Steven Spielberg.

Senti-a a agarrar-se ao meu braço insegura quanto ao que poderia esconder aquele escuro corredor. O nosso stress aumentou quando entrevimos por entres as frinchas da porta de um quarto, uma cansada luz amarelada. Dei um cuidadoso passo atrás como precaução tendo, no entanto, cuidado com o absimo com o qual as escadas nos ameaçava. Foi neste preciso momento que o mistério se revelou.

Javali abriu de rompante a porta do quarto. O seu denso cabelo revolto, invocador de um estilo Holiwoodiano fora de moda desde os anos 80, tal juba de um animal sem glória. As suas vestimentas eram nulas a não ser que, consideremos como tal, as pálidas cuecas brancas tão reservadas na discrição de seu dono como, talvez, reveladoras da sua pouca ou nenhuma utililidade exibicional para com o sexo oposto.

Boquiaberta, a jovem que me acompanhava assistia em primeira mão a este triste espectáculo. A proeminente barriga de TS liderada todo este carrocel vergonhoso. Este pequeno , mas largo, ser humano, passou por nós correndo desenfreadamente numa ânsia descontrolada rumo às casas de banho. Cheguei a temer pela estabilidade do prédio e, só consegui esquecer o penetrante ruído dos seus passos, quando ouvi o gorgolejar espesso do seu vómito caindo nalguma superfície dura destina a outros propósitos.

Envergonhado pela situação, entreguei a carteira e despachei a jovem recruta pelas escadas menorizando sem convicção o que ela tinha acabado de ver. Neste momento apenas estava tentando alcançar Javali antes que este desfalece-se.

Levei o para o quarto, tal túmulo eterno, e consegui arrancar dele um ultimo estertor justificativo. Empenhando-se ao máximo para aderirem ao visco do ambiente de um jantar de curso, os nossos 2 queridos agentes cometeram o pecado mortal dos infiltrados. Ou seja, tornaram-se como os espionados não conseguindo, apesar dos intensos treinos quase diários, integrarem-se naquela imunda forma de vida sem sofrer uma certa atracção.

No entanto, apesar de seriamente debilitadas, Javali ainda consegui usar algumas das suas capacidades para regressar à base. Fazendo jus da faísca que apenas os grandes homens tem, consegui, a muito custo, ultrapassar alguns inimigos dos quais apenas os mais relevantes passarei a citar: Gregório, Equilíbrio, Narcolépsia e um tal de Maisalcool.

Antes da sua consciência cair na escuridão, revelou-me ainda mais uma coisa:

-O Ts.. Ajudem-no..
-TS? Ainda esta lá fora? Insisti zangado comigo mesmo por te-lo esquecido.

Senti-me aliviado. Tinha chegado a pensar que ele pudesse ter-se juntado ao campo oposto.

-Está, nem imaginas como ele está.. Coitado.. Vomitou-se todo.. Ajudem-no..

E calou-se finalmente..

Neste momento senti-me revoltado pelo meu egoísmo. De facto, apesar da gravidade do momento e da preocupação por saber que andava um dos nossos lá fora exposto e vulnerável, senti me incrivelmente feliz. Feliz por ter tido a oportunidade de presenciar uma destas tão raras atitudes onde, o ser humano no seu ultimo folgo, tem por preocupação a salvaguarda de um companheiro. Uma atitude destas é digna das mais altas das condecorações.

Ainda extasiado pela nobreza de sentimento que tinha sentido por parte de Javali, afastei a imunda sensação de reconforto de dentro de mim. Fechei nostálgico a porta do quarto imaginando quando é que alguém voltaria a deixar a luz lá entrar, e prostrei-me na varanda agreste.

Olhando para a cidade que se embebedava de noite, perguntei para mim:

Onde estará TS? O que lhe vai acontecer?

Autor: GMDC


Capítulo II

Depois do bem sucedido projecto para representar a tradição marítima vianense na Expo 98, Pedrosa Quintela rapaz ambicioso, decide lançar as suas redes a outros intentos.

Vivia com o sonho de discotecas, mas a tradição de família imponha-se para fazer vida de pescador. Sempre a fervilhar de ideias nos tempos vagos da faina marítima, Pedrosa Quintela procurou rentabilizar o extinto projecto da Expo, e decide adapta-lo a outras funcionalidades. De tão habituado às ondulações que a faina lhe impusera, Pedrosa Quintela tinha dificuldades em adaptar-se a terra firme. Especialmente, quando dançava em discotecas. Era um autêntico desajeitado.

Esta particularidade falou mais alto na hora de decidir o que fazer com o projecto. Assim decide criar um espaço onde conjugasse todos os factores que lhe preenchiam a vida; mulheres, mar e discoteca. Daí não tive outro caminho, e nasceu o mais alternativo e inovador recinto de diversão do Alto Minho: A Sereia da Gelfa.

Ora, uma festarola académica que se preze não pode passar ao lado da tradição, nem muito menos da novidade.

E assim foi...

Capas ondulantes, gesticulações, risos, comentários e alegrias desprovidas de lucidez acompanhavam a azafama estudantil que empilhava os autocarros com destino à pista prometida. De um modo geral uma ânsia fervil pairava sobre nós estudantes. Para os novatos caloiros a ânsia de conhecer, para nós doutores a ânsia de sermos conhecidos. É o pretérito mais que perfeito da vida académica!

Apesar de nessa semana de recepção ao caloiro estávamos em maré de azar em matérias de condução, policia, álcool e discotecas, decidimos mesmo assim não dar parte de fraco e ir de carro... e para não variar... irmos (quase) todos!

E partimos para o imprevisto... deixando para trás o amontoada de gente zombificada que aguardava o próximo autocarro de serviço. Para a maioria de nós era mais um simples rescaldo das noites anteriores mas, para o nosso TS tudo era novidade. Trabalhador estudante, sentia-se na obrigação de aproveitar ao máximo a folia estudantil, quer por sua vontade quer por vontade do grupo. De maneiras que, mesmo sobre efeito de muito cansaço e álcool, a noite à uma da manhã ainda tinha muito para dar!

A viagem correu bem, apenas uma má disposição devido à pouca arrumação que o automóvel tinha, obrigando o nosso TS a ficar entalado no meio do banco de traz. Entre o sono e caimbras o nosso TS lá ia soltando um «dá-lhe gás» ou o clássico «passa um fininho àquelas febras ali» que tão bem o caracteriza. Chegados ao destino, pasmaram-se-nos os espíritos com toda aquela confusão. Para começar três filas à porta de entrada, um parque de estacionamento a abarrotar de carros, e uma autêntica esquadra de arrumadores por eles atraídos.

Ora isto de atraídos pelos carros não é assunto exclusivo para arrumadores... e eu sei do que que falo! É que o nosso amigo TS também tem atracção por automóveis... em particular por espelhos, tejadilhos e portas! Apesar do seu temperamento tranquilo e nada dado a grandes manifestações é um rapaz que depois de umas boas litrenas tem umas tendências com contornos de obsessão. Devido à sua perna longa e ao seu magnífico modelo de sapatos, a hipótese de subir e saltitar por cima dos carros sem dó nem piedade, proporcionando a quem assiste momentos de rara beleza nunca fica por terra. Aquilo afigura-se como uma nova vertente das tão badaladas Danças Urbanas, em que o nosso ARTISTA conseguiu misturar o sapateado com o balé na perfeição!

«Peeessssooaaaal......»

«temos que controlar o TS porque com tanto carro por perto ou o aguentamos agora ou nunca mais o apanhamos»
Nisto vira-se o TS «Pá vou ali dar uma mija e já venho!»

Agoirados... nem é tarde nem é cedo... fomos todos com a desculpa de cumprir o famoso ditado de que "quando mija um português mijam logo dois ou três" embora a vontade também tivesse o seu contributo. Bom, o certo é que o pior dos cenários tinha sido ultrapassado e caminhava-mos então para o interior da discoteca prometida. A expectativa era muita, pois tratava-se de umas das criações mais esotéricas da região, protagonizado pelo emblemático Pedrosa Quintela.
Além do mais, o simples nome Sereia da Gelfa afigurava-se-nos como que um autêntico Santo Graal de diversão nocturna. "Sereia" era automaticamente associado a "mulheredo" e "Gelfa" soava invariavelmente a marca de cerveja. Isto bastou para nos comandar as vontades e aguçar as expectativas.

Na entrada, ficamos cegos pelos holofotes e não reconhecíamos ninguém.. muito menos adivinhar qual o aspecto da disco pois tudo era sombra e som naquele momento. Totalmente ofuscados, achamos por bem restabelecer energias e assentar um pouco as ideias pelo que encostamos no primeiro balcão que encontramos. Lá fomos bebendo umas "gelfas" enquanto observamos "pseudo sereias" e particularmente o próprio espaço.

O recinto era encantador, cheio de luzes que nos remetiam para um cenário de navegações em pleno alto mar. A pista de dança equipada com um sistema de molas amortecedoras, fazia os dançantes ondular consoante o ritmo da música. Dava a sensação de estarmos sobre o mar. O sistemas foi tão bem projectado que bastava um só individuo a dançar para movimentar a pista, fazendo com que todos se sintonizassem ao mesmo ritmo, mesmo aqueles que não dançavam. Ali toda a gente se mexia não havia hipótese.

Tudo ia normal até uma pouco enfadonho diga-se de passagem, os artistas já davam sinais de cansaço. Até que alguém deu a ideia de ir esticar a pernanga para a pista. Passaram-se umas musiquitas, umas bebidas, umas risadas, a moka começou a abater-se sobre nós e quando demos por ela estávamos um em cada ponta da pista. Fomos levados ao sabor da corrente tal e qual como no mar.
Com algum esforço à mistura, por entre toda a aquela gente lá nos conseguimos juntar e chegamos à conclusão de que tínhamos que dançar para não sermos levados novamente. No entanto, para poupar esforços, decidimos que um só elemento do grupo é que dançava enquanto os restantes serenavam ritmadamente. Ora o membro do grupo mais indicado para o efeito era sem dúvida nenhuma o nosso amigo Javali, que dramaticamente, ficou impedido, sem explicação plausível, de acompanhar o grosso dos artistas até esta surpreendente discoteca..

Desta maneira, com tanto cansaço, bebida e embalanço, aconteceu a mais insólita e improvável situação que eu alguma vez presenciei em toda a minha vida num estabelecimento de diversão nocturna. O nosso amigo TS, que pelos mais diversos motivos, se sentiu tão embalado que adormeceu em plena pista de dança! Exactamente ADORMECEU... e de pé!
Este individuo conseguiu vencer, não direi todas, mas umas quantas leis universais da física moderna. Faltou-lhe foi vencer por completo a lei da gravidade porque a sua cabeça teimava em pender-se vertiginosamente para o chão, e umas tantas vezes para trás e outras que tantas, para os lados. Facto que obrigou o nosso artista a recorrer à técnica da "ombriedade" que como o próprio nome indica tem a ver com ombros e solidariedade (ombr+iedade) que mais não é do que contar com o apoio dos ombros dos outros.

Orgulhosos de tão belo momento acrobático, não mais ousamos desamparar o nosso herói na sua insólita odisseia narcótica.

Meus amigos... o que acabei de contar foi simplesmente um marco histórico da humanidade, um episódio que por motivo de contextualização, só comparado às aventuras de Ulisses.

Naquele reduto tempestuoso, o nosso TS sentiu-se tão preso ao sono como Ulisses ao mastro da caravela aquando da sua travessia pelo mar das sereias. Ao nosso artista não houve canto de sereia que o despertasse, nem mesmo aquela música do "I Will Survive de Gloria Gaynor" o acordou do seu vertical soninho em pleno mar de vibrações.

Autor: Laranjinha

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

A casa do 3º ano

Por entre as mais etéreas recordações dos anos de esforçado e, comparticipado, ócio, estão os tempos passados na 3ª gurita. Local estranho este, desengonçado, sem jeito e, ao mesmo tempo tão incrivelmente apto para os nossos débeis estados mentais.

Localização estratégica tal qual o covil anterior desta vez, porém, potenciada pela proximidade dos estabelecimentos de diversão nocturna e pela feliz vizinhança. Na verdade, e quanto a isso ponho a minha mão no fogo, o facto de a nossa célebre varanda escarpada da rua da Védoria estar cara a cara com as janelas da ala feminina da residência estudantil da ESTG, nada teve a ver com a nossa decisão de ir assombrar o imóvel em questão e os pobres moradores propínquos.

Devo dizer que a primeira vez que visitei o local que, seria no próximo ano lectivo, o nosso nicho de refugio, fiquei bastante perplexo. Na verdade, para além da invulgar arquitectura interior deste edifício classificado, segundo o excentricamente diabólico senhorio, como edifício de interesse municipal (concordo com esta designação mas só depois de aí termos habitado), vários aspectos estranhos saltaram me à vista com toda a força das evidências levando-me, até, a por em causa a habitabilidade do andar.

Assim, seguem agora alguns aspectos peculiares, quase anedóticos :

1º: A Portinhola

A porta de entrada em madeira bruta cujas tábuas, sem tinta, deixavam entrever o interior e, permitiam livre curso ao agreste sopro marítimo, despojado dos seus veraneantes sonhos pela crueldade do Inverno Alto Minhoto. Na sua totalidade, esta peça de bruta artesanalidade, invocadora de outros tempos (menos preocupados com a estética do que com a função), tinha a virtude de afastar os curiosos pelo simples facto de nem um ladrão do mais baixo calibre estar disposto a arriscar-se ser apanhado numa tão aparentemente miserável moradia.

2º: As Escadas

Interminável caracol de acentuada inclinação substanciadora dos mais perigosos efeitos do álcool. Fortuna, divina providência, os nossos hábitos degradantes, certificado de estupidez de um viver de estudante. Nunca ninguém partiu nenhum osso. Estafados chegavamos ao 3º piso, depois de termos vencido a enorme travessia da caixa de ar gélido que, nos edifícios pós-medievais, era hábito encontrar em vez dos tradicionais patamares de acesso aos outros pisos. Nestas primordiais habitações, não se poupava espaço e, assim, cada andar tinha o seu próprio acesso para a rua e a sua individual escada de acesso até ao conforto do lar.

3º: O estado de conservação

Resumirei ao máximo as sensações que tive quando, pela primeira vez, observei o interior deste monstro. Isso porque custa-me de facto relembrar os suores frios, o nojo e a vergonha. O chão estava coberto de um pó branco o qual, no fundo de mim mesmo, pensei ser um narcótico ao acaso. No entanto, a explicação muito oportuna que nos foi dada, foi que tal inesperada situação era da inteira responsabilidade das inquilinas anteriores que, apesar da oposição do proprietário, tinham infestado o espaço com as pulgas do seu gato. Mais do que isso, a ironia palpável que emanava das paredes, fez me ver que, apesar da convivência proibitiva de um felino com os seus donos, estes também tinham dividido o espaço com uma espécie de roedores difamados há séculos, por serem os portadores do vírus mais mortal da história da humanidade: A peste Negra. Finalmente, o vazio das paredes, o ar gélido (capaz de quebrar os mais duros ossos) que deslizava pela serra e entrava pelas inúmeras frinchas do prédio, o forte odor a tinta e verniz de má qualidade, compuseram o "bouquet" final que levou ao fecho do contrato com a agência imobiliária. O masoquismo crónico da nossa irreverência não podia nunca deixar que tão carismático local, de características raras, se escapasse. Tanto potencial em promiscuidade diária com a nossa criatividade só poderia dar origem a uma linda história de terror.

4º: A Varanda

Sem duvida o ex-libris do lugar em que habitamos neste ano. Ampla, com vista privilegiada sobre o Monte de Santa Luzia , não eram atraídos frequentemente os nossos olhares, para tão nobre monumento. Mesmo sendo ícone de uma região, as nossas vistas poisavam mais facilmente assim como, frequentemente, em zonas mais baixas do horizonte. Na verdade, tínhamos preferência, vá se lá saber porquê, pelas glândulas mamárias das vizinhas da frente e, não raras vezes, pelas suas fascinantes peças de roupa interior que flutuavam furiosamente arrebatas pela ventania da cidade. Este nicho estratégico era usado assiduamente para as mais variadas aplicações de ideias geniais que nos surgiam diariamente. Citando apenas algumas destas situações, sou levado a optar pelo arremesso de objectos contundentes para o pátio da residência, as competições de tiro ao alvo (onde o prémio era atribuído a quem mais lixo conseguía introduzir no quarto da "bocinha de broche" pela janela que tinha ficado aberta), o chuveiro holandês (acertar com baldes de agua nos erasmus que entravam no restaurante chinês), os teste de visão (tentar observar com atenção o interior dos decotes que passavam lá em baixo), as sessões de naturismo, o campeonato do arremesso do estendal e os relaxantes pique niques.

5º As dispensas:

A estranha utilização do espaço por parte do alcoólico inepto que desenhou o projecto desta casa, levou a que, nos mais inesperados locais, se encontrassem dispensas de arrumação totalmente inúteis. Na sala, na cozinha e até nos quartos haviam dispensas as quais, apesar de originalmente supérfluas, foram devidamente afectadas a propósitos bem mais castos. Assim, o quarto da varanda viu a sua função alterada. O que no início era uma normal (na medida do possível) divisão do antro, viu-se transformado num agradável pátio interior. Os espaços de armazenamento, estes, serviram para alojar colchões onde dormiam dois dedicados estudantes. Os agora denominados CUBÍCULOS ou CAIXÕES revelaram-se extremamente profíquos no que toca à conservação do pouco calor gerado pelos nossos corpos durante as geladas noites de Inverno. Para além disso, foram descobertas particularidades mágicas capazes de serem usadas como suporte à teoria da relatividade de Einstein. Isso porque, apesar de parecer inédito, a total ausência de luz e de som no interior destas heteróclitas celas de decomposição, o tempo, de facto, passava a uma velocidade diferente do que no exterior destas mesmas. Inúmeras foram as ocasiões em que de lá se saiu as 16h00 pensando, no entanto, que apenas alguns minutos tinham passado desde que lá entramos para descansar/ressacar.

Gostaria de me alongar infinitamente acerca dos peculiares elementos que, no seu uno, formavam a casa da Vedoria. Porém, tenho a noção que apesar de parecerem inócuas, tantas sugestões, podem levar a que algumas crianças de hoje, estudantes de amanhã e desempregados do futuro, tentem repetir, melhorar mesmo, os nossos feitos pelo que, prudentemente, vou abster-me de outras referências.

Continuo agora este post com mais algumas menções às vivências procedentes da casa do 3ºano.

- O Senhorio:

Ser abomínavel que reunia em si mais defeitos do que até agora se julgara possível. Acho até, que o ideal seria inventar novos adjectivos capazes de o representar fielmente. Ama o dinheiro mais que a si próprio, não respeitava a privacidade alheia e tinha aquela irritante capacidade de falar constantemente sem se dar conta da apatia e do aborrecimento da sua audiência. Passou ao lado de uma grande carreira de docente do IPVC. Tentamos engana-lo não pagando as contas acumuladas ao não abrir deliberadamente as portas aos fiscais da EDP e da companhia das águas. Porém, dotado de uma persistência invulgar, os telefonemas constantes e correspondência inesgotável , fizeram com que nos decidíssemos finalmente a regularizar os pagamentos quase meio ano depois de deixar o imóvel.

- O Telhado:

Esta área foi nos proibida logo no primeiro dia. Porém, como poderia-mos nós resistir ao apelo do desconhecido? Como faríamos para lutar contra a natural invocação da descoberta? Como bons Portugueses que somos, ávidos de desvendar o mistério de tudo o que é ignoto, subimos facilmente ao telhado segundos depois de termos entrado em casa. A vista era esplêndida. Alcançava não só o atlântico como grande parte do centro histórico o que nos consentia controlo sobre as movimentações das manadas vianenses. Apesar de algumas telhas partidas (bem pagas na encantada hora da despedida), não me sinto compungido em nenhum aspecto. Guardo em mim as formosas memórias das tardes de sol passadas ali especado. Sinto ainda o ceder do barro das telhas durante aqueles exóticos festejos dos golos do Futebol Clube do Porto na final da UEFA Cup. Como por morrer uma gaivota não acaba a tempestade, também um amolador mudo não mói calhaus. Assim, finalizo a alusão ao nosso protector telhado com um memorandum à sua função secundária. Esta, era a de armazenar o que de mais inútil encontrávamos na rua. Muito irónico é o mundo. Um andar com tanta dispensa, e ter necessidade de por a vida dos transeuntes em perigo, por os sinais de transito estarem a vacilar alegremente na berma do precipício.


- O frio:

Grande parte do desconforto causado em nós pela aquela mansão imaginária deveu-se ao ignóbil frio que se fez sentir naquele inverno. Consequentemente, as largas centenas de ouros (Private Joke) acumulados em facturas atrasadas, tinham forte relação com os aquecedores eléctricos que cada um tinha no seu quarto. Como o ar cálido produzido por estas máquinas (que não reconheciam nenhuma convenção ecológica) era substancialmente inferior àquele que, glacial, entrava pelas auto-estradas a que chamávamos janelas, tínhamos de reforçar as nossas defesas nocturnas com a seguinte indumentária:

- Um mínimo de 12 tagus do Lunas,
- Um pré-aquecimento do quarto de15 minutos através de um velho aquecedor a óleo ou eléctrico em regime maximizado,
- Um saco de água quente enfiado nos lençois,
- 1 lençol de flanela,
- 2 Cobertores de inverno,
- 1 Colcha de penas.

A roupa que levávamos em nós para o entorpecido sono era geralmente:

- Cuecas/meias/T-Shirt,
- Calças de fato de treino,
- Camisola,
- Casaco de penas,
- Gorro,
- Echarpe para nao acordar com o nariz azul.

Apesar de todas as contrariedades do edifício, admito que foi um ano bem passado. Com um mentiroso compulsivo a viver em frente, um restaurante sul americano mesmo ali, um centro de internet mal frequentado acolá e os belos exemplares femininos que trabalhavam no centro de estética ao fundo da rua, a vida tornou-se mais fácil. Confesso ter até saudades de insultar diariamente a velha mal criada da porta em frente e de evitar tomar banho durante semanas a fio para não arriscar uma pneumonia.

Invoco em mim dores de cabeça que não tem fim, bebedeiras em frente ao jardim antes de ir para a cama, a seca que apanhava se não me embebedasse , época onde ainda estava numa fase, em que ressacava sete dias por semana!